Repartição do Gabinete do Chefe do Estado Maior do Exército (CEME)

Ações disponíveis

Ações disponíveis ao leitor

Consultar no telemóvel

Código QR do registo

Partilhar

 

Repartição do Gabinete do Chefe do Estado Maior do Exército (CEME)

Detalhes do registo

Nível de descrição

Fundo   Fundo

Código de referência

PT/AHM/FO/007

Tipo de título

Atribuído

Título

Repartição do Gabinete do Chefe do Estado Maior do Exército (CEME)

Datas descritivas

1960 - 1975

Dimensão e suporte

450 cxs. com 2.732 processos manuscritos e impressos, alguns dos quais com fotografias, mapas, esquemas e croquis.

Entidade detentora

Arquivo Histórico Militar

História administrativa/biográfica/familiar

A partir de 1960, de acordo com o Decreto 42.564 de 18 de Novembro de 1959, o Chefe do Estado Maior do Exército, embora subordinado ao Ministro do Exército, torna-se claramente a figura de topo do Ramo. É neste contexto que a Repartição do Gabinete do CEME, posteriormente designada por Gabinete do CEME (GabCEME), assume destaque, ficando constituída em 3 secções: Assuntos Gerais, Ultramar e Secretaria. A Repartição do Gabinete do CEME assume-se como órgão directo de trabalho do CEME, destinada essencialmente a auxiliar a cooperação das repartições do Estado Maior do Exército em trabalhos que requeressem acção conjunta e a estudar os assuntos que não tivessem sido atribuídos especificamente a outra repartição. Para o efeito, competia-lhe auxiliar o CEME na coordenação dos assuntos que interessassem a mais de uma repartição do Estado Maior do Exército, quando estas não dependessem directamente da mesma entidade; auxiliar o CEME na coordenação dos problemas relativos às revisões periódicas de planeamento; centralizar os assuntos relativos ao ultramar, tendo em vista a coordenação das diferentes repartições do Estado Maior do Exército; estudar e propor as medidas adequadas para a coordenação e accionamento dos assuntos de carácter científico que interessassem ao Exército, em especial, no que dissesse respeito à ligação com organismos científicos dependentes de outros departamentos; auxiliar o CEME na coordenação dos assuntos relativos à Direcção Superior de Manobras, exercícios de grandes unidades e exercícios conjuntos ou interaliados; coordenar a actualização e normalização de terminologia militar a utilizar pelas forças terrestres; assegurar o expediente a apresentar à Comissão Técnica do EME, manter o seu arquivo e prover o cargo de secretário da mesma Comissão; elaborar e manter actualizado um sistema de classificação geral relativo ao processamento de documentos do Exército; centralizar e accionar o serviço de protocolo do Estado Maior do Exército e cooperar com a Repartição do Gabinete do Ministro do Exército no que respeita às informações a fornecer ao público, tendo em atenção as normas de segurança estabelecidas pela 2ª Repartição do EME. Em termos de pessoal, o chefe da Repartição do Gabinete do CEME superintendia tecnicamente, por delegação do CEME, na secretaria, no Sub-Registo do Exército, no Centro de Mensagens, no Arquivo do EME e na Secção de Publicações. Os ajudantes de campo do CEME, do vice-CEME, do Ajudante General e do Quartel-Mestre General ficavam incluídos na Repartição do Gabinete do CEME.

História custodial e arquivística

Fundo transferido para o Arquivo Histórico Militar pelo Arquivo Geral do Exército.

Âmbito e conteúdo

Este fundo reflecte o período de 1961 a 1974 que corresponde ao período da guerra colonial, com destaque para as campanhas em Angola, Moçambique e Guiné. Salientam-se na Secção de Estudos Gerais, os estudos e projectos sobre pessoal, informações militares, organização do Exército, operações, instrução, logística e os documentos relativos à NATO. É nesta fase que se assiste à criação da Arma de Transmissões e da respectiva Escola Prática; a uma nova organização territorial que resultou na subdivisão da 2ª Região Militar em dois comandos com sede em Coimbra e Tomar, e à criação do Comando Territorial do Algarve, com sede em Faro e na dependência da Região Militar de Évora; à aprovação de novos estatutos de Oficial das Forças Armadas e de Oficial do Exército, bem como à criação de uma carreira de Sargento do Quadro Permanente de nomeação vitalícia; surgiram ainda diversas medidas tendentes a resolver a falta de oficiais resultando na criação de um Quadro Especial de Oficiais, na ascensão dos cadetes do Curso de Oficiais Milicianos ao posto de capitão e na aprovação de diplomas legais que alteravam a antiguidade dos oficiais oriundos de milicianos em detrimento dos oficiais mais antigos, e que provocou um conflito interno que deu origem ao Movimento das Forças Armadas. A Secção do Ultramar, enquanto organismo coordenador dos assuntos ultramarinos, recebia toda a correspondência vinda do ultramar, dirigindo e regularizando a actuação dos organismos metropolitanos nos assuntos ultramarinos. São relevantes várias séries de documentos relativas às informações e operações militares no ultramar, com destaque para a acção psicológica e a contra-informação, reforços e reorganização das forças terrestres ultramarinas, material para o ultramar em especial os estudos sobre novos armamentos e equipamentos próprios para a contra-guerrilha e a orientação dos esforços e missões da maioria das unidades militares, transformadas em unidades mobilizadoras de comandos e unidades expedicionárias para os territórios coloniais.

Sistema de organização

Inicialmente fez-se o estudo da Repartição de Gabinete do CEME através da legislação da época e da própria documentação com base nos seus classificadores originais para identificação das secções arquivísticas, num total de 3 secções. Dentro de cada secção foram estabelecidas as séries documentais e procedeu-se à ordenação dos processos, através da ordem original ou cronológica. Este fundo é constituído por 5 níveis arquivísticos: fundo, secção, série, subsérie e documento. Foi integrado no grupo de fundos orgânicos do AHM, com o número 7 (fundo). Por ser uma instituição de topo no nível hierárquico do Exército e dado o seu volume, optou-se por uma numeração autónoma das unidades de instalação, ao contrário do utilizado para o grupo dos fundos orgânicos que utiliza uma numeração sequencial de caixas, independentemente da ordenação dos seus fundos. As 3 secções foram identificadas por um código alfabético (de A a C), as séries por um código numérico sequencial dentro de cada secção, as subséries com um código numérico dentro de cada série e os processos numerados sequencialmente dentro de cada série.Fundo composto por 3 secções:A - Secção de Estudos Gerais (1960 - 1976)B - Secção do Ultramar (1960 - 1975)C - Secção de Expediente e Arquivo (1960 - 1975)

Condições de acesso

Restrições resultantes da lei geral.

Idioma e escrita

Contém documentos em inglês e francês.

Características físicas e requisitos técnicos

Os processos deste fundo foram objecto de carimbagem e cotação, eliminação de ferragens, atados e alguns deles cozidos com fita de nastro sempre que o seu volume e características o justificassem, acondicionados em capilhas do AHM e inseridos em caixas de arquivo devidamente identificadas com a secção e série a que pertencem.

Unidades de descrição relacionadas

Ver o Fundo da Repartição do Gabinete do Ministro da Guerra/Exército (AHM/FO/6) e o fundo da Direcção dos Serviços do Ultramar, de 1949 a 1960 (FO/39). A nível externo complementar com o fundo do Secretariado Geral da Defesa Nacional do Arquivo da Defesa Nacional (São Julião da Barra).

Notas de publicação

Referência bibliográficaAfonso, Aniceto e Martelo, David - "Organização do Exército". In: Dicionário de História Militar. Porto, Figueirinhas, 1999.Barata, Themudo e Teixeira, Severiano - Nova História Militar de Portugal. Lisboa, Círculo de Leitores, 2004, vol. 4 e 5.Martelo, David - "A espada de dois gumes. As Forças Armadas do Estado Novo (1926 - 1974)". Col. Estudos e Documentos. Mem Martins, P. Europa-América, 1999.Rosas, Fernando e Brito, J., M. Brandão de, dir.- Dicionário de História do Estado Novo. Venda Nova, Bertrand ed., 1996.Barreto, António e Mónica, M. Filomena, coord. - Dicionário de História de Portugal (suplemento). Porto, Figueirinhas, 1999.