Quartel General das Forças Operacionais do Norte (QGFON).

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Quartel General das Forças Operacionais do Norte (QGFON).

Detalhes do registo

Nível de descrição

Secção   Secção

Código de referência

PT/AHM/FO/006/A

Título

Quartel General das Forças Operacionais do Norte (QGFON).

Datas descritivas

1927 - 1928

Dimensão e suporte

55 processos (cxs. 1 - 7).

História administrativa/biográfica/familiar

Após o "28 de Maio" surgiram várias divergências, apoiadas sobretudo pela esquerda republicana, iniciadas com o afastamento de Mendes Cabeçadas e Gomes da Costa e agravadas com o domínio da direita militar, a partir do final de 1926. A 3 de Fevereiro, eclodiu no Porto uma revolta de ataque à ditadura pelas forças republicanas. Os revoltosos, comandados pelo general Sousa Dias, ocuparam o Quartel-General, o Governo Civil e os Correios e Telégrafos com as forças do Batalhão de Caçadores 9 e o apoio da GNR, Polícia Civil, Sapadores Mineiros e alguns civis. Entre 3 e 7 de Fevereiro, outras manifestações revoltosas ocorreram em Lisboa, na Figueira da Foz, Vila Real de Santo António, Tavira, Faro, Setúbal, Barreiro, São Julião da Barra, Queluz, Évora, Abrantes, Alijó e Valpaços. No Porto, os acontecimentos demonstram a superioridade militar das forças governamentais apoiadas pelo Regimento de Cavalaria 9 e pelo Regimento de Artilharia da Serra do Pilar. Os revoltosos tentaram negociar um armistício com o ministro da Guerra, general Passos e Sousa, por forma a ganhar tempo, mas as forças do governo impuseram-lhes uma rendição incondicional a 7 de Fevereiro. A falta de militares de peso e de material provocaria também a queda da revolta de Lisboa. A revolução saldou-se pois num enorme fracasso com elevado número de perdas humanas, cerca de 100 mortos e 500 feridos só no Porto, e prejuízos materiais. Estes acontecimentos incitaram o endurecimento da Ditadura e a aplicação de medidas repressivas, nomeadamente: prisão dos civis e militares implicados, dissolução de unidades militares, demissão compulsiva de militares e civis, deportação dos responsáveis para as ilhas e colónias, suspensão da imprensa apoiante e agravamento da censura, criação da Polícia de Informações e do Tribunal Militar Especial de Lisboa através do decreto-lei 13.392 de 31 de Março de 1927.

História custodial e arquivística

Esta secção foi transferida pela Repartição do Gabinete para o Arquivo Geral do Exército em Junho de 1936.

Âmbito e conteúdo

Secção constituída pelo arquivo do Quartel General das Forças Operacionais do Norte em acção durante a revolta de 3 a 10 de Fevereiro de 1927, que eclodiu no Porto.

Sistema de organização

Secção organizada em 5 séries adaptadas de acordo com os planos do arquivo do Quartel General: SR. 1 - Comando das Forças Operacionais do Norte - 1º Escalão, 1927SR. 2 - Quartel General das FON - 2º Escalão, 1927SR. 3 - Relatórios de Operações das Unidades das FON, 1927SR. 4 - Ordens de Serviço, 1927SR. 5 - Correspondência, 1927 - 1928SSR. 1 - Secção de Estudos dos processos relativos ao movimento revolucionário de Fevereiro de 1927SSR. 2 - Correspondência da Repartição de Gabinete, 1927 - 1928

Unidades de descrição relacionadas

Ver a secção de “Justiça”, em particular para o Tribunal Militar Especial de Lisboa (DIV/3/6).

Notas de publicação

Referência bibliográficaBandeira, Filomena - A oposição externa à ditadura: a revolta de Fevereiro de 1927 em Lisboa. In: “Estado Novo: das origens ao fim da autarcia (1926 - 1959)”. Lisboa, Fragmentos, 1987, vol. II.Faria, Telmo - Revoltas de Fevereiro de 1927. In: “Dicionário de História de Portugal”, coord. António Barreto e Maria Filomena Mónica. Porto, Figueirinhas, 1999, vol. 9.Marques, A H. Oliveira - O general Sousa Dias e as revoltas contra a Ditadura, 1926 - 1931. Lisboa, D. Quixote, 1975.Rosas, Fernando, coord. - O Estado Novo. In: “História de Portugal”, dir. José Matoso, vol. 7.